Isto é o meu corpo... Isto é a minha carne... isto é páscoa!
Sabe, eu tenho pensado nas
palavras de Jesus quanto a famosa Santa Ceia. Hoje quando participamos desse ritual
religioso (pois foi isso o que se tornou essa maravilhosa ordenança do Mestre),
tendemos a ignorar o seu significado real e 'espiritual'.
Mas o que de fato significa “comer de Minha carne” e “ beber de Meu sangue”?
De forma ainda bem rasa e
superficial, penso que comer de minha
carne é uma decisão de se apropriar do Jesus que se despedaçou por nós.
Um Jesus que foi ao extremo de sofrer antes mesmo da cruz, através de chicotes,
de agressões, de humilhações em seu corpo e principalmente da compaixão pelos
desamparados dessa era.
Quando uma pessoa participa da
santa ceia, quando esta se achega a mesa do Senhor Jesus para participar do pão, ela precisa pensar e valorizar este sacrifício da nova aliança o novo testamento, nessa entrega, e louvar a
Deus por que foi por nós que O Mestre sofreu se deu, chorou, morreu.
Comer da carne significa receber
e aceitar que tudo o que Jesus sofreu por mim foi suficiente para me unir a ele.
Quando como da carne (corpo) do mestre, estou declarando que sou parte disso, que recebo
tal oferta, que me conformo com Cristo em suas dores, e agonias ainda nessa
vida.
Por isso acho complicado que
incentivemos ou proibamos pessoas de tomar decisões com repeito a Ceia
ritualística em nossos encontros. O máximo que podemos dizer é o que disse o
apóstolo Paulo, cada um se examine a si mesmo e coma deste pão.
Assim serve para o “beber de meu
sangue”. Quando tomamos do cálice do Mestre, estamos fazendo um pacto, uma
aliança com esta morte. Estamos declarando que não apenas aceitamos a sua morte
por nós, e sim que essa morte é nossa também. Por isso está escrito: “aquele que
morreu com Cristo, ressuscita com Ele”. Aceitamos Sua cruz, Seu opróbrio, Sua
entrega total a Deus em prol da humanidade.
Comer, mastigar engolir, isso
tudo é uma decisão consciente e revela ações interligadas. Ao colocar algo na
boca podemos cuspir de imediato se não gostamos do sabor. E tenho certeza que
você já fez isso com uma fruta estragada, ou com algo amargo ou apimentado. E
quando tratamos da carne do mestre, talvez não tenhamos dificuldades em comer
aquele mísero pedaço de pão oferecido em nossos encontros.
Mas quando provamos das dores de
pessoas e logo ignoramos isso, ou evitamos o nosso próximo, dentre outras
coisas, estamos evitando e negando todo o compromisso que fizemos com o mestre
naquele ritualzinho mixuruca que superestimamos e santificamos ao invés de valorizar a vida, o
amor ao próximo, o se entregar de corpo e alma pela causa.
Será que você acredita mesmo que
basta comer aquele pedacinho de pão seja suficiente para se tornar um com o
Mestre? Meu caro, você precisa entender que comer da carne, beber de seu sangue
vai muito além disso, pois ter os seu corpo em pedaços não é tão confortável
assim.
Comer
da carne de Jesus tem haver com se identificar com a carne sofrida das crianças
de rua violentadas. Comer da carne de Jesus tem haver com oferecer o seu rosto
para que a mulher violentada seja preservada. Comer da carne de Jesus é se
colocar entre as chibatadas da ganância dos políticos corruptos e as pessoas
desamparadas que sofrem. Quem come da carne do Mestre não se desvia das
cusparadas dadas pela mídia que despeja seu lixo violento, pornográfico e imoral
em cima de crianças desamparadas por pais ocupados demais em sobreviver. Comer
da carne e sofrer por causa da injustiça, da indiferença, do ódio.
Será que você acreditava que
comer de sua Carne era apenas saborear aquele pãozinho servido na igreja? A
carne não é tão saborosa assim. Lembre-se que os pães asmos eram amargos.
Este fim de semana, comemoramos a
páscoa do nosso Salvador, e creio que a melhor maneira de celebrar isso, é se
identificando com o Mestre em sua dor e angústia, é se levantar e agir, e comer
com quem não tem comida, é vestir quem não tem roupa, é sofrer com os que
sofrem, é sentir-se preso com os encarcerados, quer seja nos presídios e casas e
custódias, ou os aprisionados pelos vícios, pelos engodos dessa vida, é chorar
com os que choram. É deixar o corpo de Jesus ser revelado ah quem esta em
pedaços pelo motivo que seja.
Beba do cálice do mestre sofredor
com as lágrimas da mãe que perdeu seu ente querido, com a menina que chora a
violência sofrida, com o sangue derramado inocentemente daquele menino que
infelizmente estava no lugar errado na hora errada.
Chocolates, bombons, são bons,
mas não suficiente, e nem real, existe uma páscoa que Jesus nos convoca a
celebrar, e a comê-La ou bebê-la em memória dEle.
Coma de sua carne e deixe ser
comido, absorvido pelas pessoas em suas necessidades e angústias. Manifeste o
sangue de Jesus e não apenas clame contra a proteção do seu pecado ou dos
demônios, mas vá a casa de alguém, ou ao seu encontro e pinte os umbrais dessa
casa ou do coração desta pessoa com a sua entrega e culto a Deus.
A Páscoa que o cristão celebra, a
ceia que comemos, deveria ser mais parecida com o Mestre vivo e não com um
ritual morto, destituído de vida e poder, sem sentido e egoísta.
voltemos ao primeiro amor.
Tiago 1:26
Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
Tiago 1:27
A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
A Torá condena sacrifícios humanos e também beber ou comer sangue.
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