Brasília, 22 mar (EFE).- O fórum de diálogo dos Brics, bloco formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul, discutirá na semana que vem a possível criação de um banco de desenvolvimento do grupo.
O assunto será debatido na IV Cúpula do fórum, que será realizada na próxima quarta-feira em Nova Délhi. A ocasião também marca a primeira visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Índia.
A criação de um banco de desenvolvimento do Brics 'é uma ideia ainda embrionária', mas será analisada pelos chefes de Estado dos cinco países em debates sobre a situação econômica global, explicou em entrevista coletiva Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores.
A embaixadora esclareceu que a discussão em torno desse objetivo 'levará tempo', mas antecipou que na cúpula de Nova Délhi será apresentada a possibilidade de criar um grupo formado por analistas de Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul para começar a trabalhar na 'análise técnica' do projeto.
A ideia seria criar um banco voltado ao financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável e infraestrutura para os próprios membros do Brics e para os demais países em desenvolvimento, indicou.
Fontenele admitiu que um dos assuntos mais delicados para esse projeto seria a formação do capital da instituição proposta, mas disse que a vontade política existe, apesar de os cinco países estarem cientes de que 'não será uma discussão fácil'.
Na IV Cúpula do Brics também serão analisados outros assuntos da agenda global relativos à paz e à segurança ou a reforma das instituições multilaterais, entre outros temas, embora a embaixadora tenha antecipado que os debates estarão centrados nos aspectos econômico e comercial.
Fontenele citou estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que preveem que neste ano os cinco países do Brics serão responsáveis por 56% do crescimento da economia mundial, contra 9% das nações do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
Esses dados, segundo a subsecretária, são prova da força econômica das nações emergentes e reforçam suas reivindicações em favor de uma reforma das instituições multilaterais que lhes deem mais voz e mais voto nas grandes decisões. EFE