São Tantos Encontros...
São tantos os encontros, que chego a ficar “tonto” para discernir em qual dos encontros devo participar. Na dúvida, acabo não participando de encontro nenhum. Não quero ir a mais um encontro, mas quero ir ao encontro das pessoas para a convivência e para o diálogo, mas, ao contrário disto, os encontros não possibilitam o diálogo e a convivência, pois são encontros “enlatados”, encomendados, estereotipados, importados, intimidadores e pouco instrutivos.
Há encontros para casais, para solteiros, para descasados, para quem não quer casar, para homens, mulheres, jovens, juvenis, crianças, carismáticos, progressistas, acadêmicos, teológicos, para pastores, pastoras, para bispos, para presidentes de igrejas, para líderes, para quem quer ser líder, para quem não quer ser líder, para pregadores, evangelistas, missionários, biblistas, pastoralistas, professores, para quem ser professor, enfim, uma infinidade de encontros.
São tantos os encontros que eu acabo não me encontrando em nenhum. Vou propor o “meu” encontro: encontro nacional dos que têm igreja, mas não vão à igreja... Isto mesmo, um encontro para quem é da igreja, mas não vai à igreja. Parece estranho, mas não é. Trata-se de um encontro atual, aliás, atualíssimo, pois é grande o número de pessoas da igreja que não vão à igreja por várias razões. Vou arriscar apresentar algumas:
1. O culto virou espaço ou picadeiro de alguns cantores, músicos e artistas do púlpito que fazem apresentações em vez de proclamação da Palavra de Deus;
2. O tema mais debatido é financeiro, porque são tantas as contas para pagar, a manutenção para fazer, os aparelhos para comprar, que os recursos são poucos para tantas despesas;
3. As reflexões são enlatadas, copiadas, mal apresentadas, sem início, meio e fim e pouco contextualizadas. Em outras palavras, a verborragia dos púlpitos não dizem nada;
4. A igreja não se insere na realidade e, ilhada, não enxerga além dos portais dos templos. Esta estagnação e alienação incomodam muito, pois a igreja ainda é a luz do mundo e o sal da terra, ou não?
(Sei que nem todas as igrejas têm o perfil que eu descrevi. Há muitas e boas exceções nestas regras. O difícil é localizá-las, mas elas existem).
No meu encontro o tema principal é a convivência. Para isto as pessoas vão conversar umas com as outras. Vão contar suas histórias de vida, suas compreensões sobre a vida e as experiências relacionadas ao testemunho e vivências cristãs. Neste meu encontro o objetivo será a motivação para que todos se insiram na sociedade a atuem como agentes de transformação, tendo o Reino de Deus e a sua justiça como principal referencial. Os palestrantes não serão convidados pelo titulo que ostentam, pelas publicações que têm ou pela fama que adquiriram. Vou convidar os anônimos que incansavelmente fazem as coisas acontecerem na igreja. Vou convidar os símplices, pois eles têm o dom de Deus para profetizar os oráculos do Senhor.
São tantos os encontros que nem posso falar em encontro com Deus que, de tantos que existem por aí, dá até receio de estar copiando as ideias dos outros, os métodos dos outros e as esquisitices dos outros, sem reflexão e contextualização, apenas para seguir a onda dos encontros com Deus. Para não cair nesta armadilha prefiro falar apenas de encontro e diálogo, do estar com os outros, das conversas informais, mas instrutivas, dos momentos de comunhão e convivência, como os que Jesus teve com seus discípulos enquanto atendia as necessidades das multidões e dava orientações práticas para o viver diário de seus seguidores.
Bom, bons encontros.
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