Do blog ECOnsciência
Desconfie dos alimentos sequinhos, aqueles que são fritos, mas não ficam oleosos. A receita desse “milagre” chama-se gordura hidrogenada e, ao contrário do que pensa a maioria, faz muito, mas muito mal à saúde, mesmo!
Estudos recentes mostram que esse tipo de gordura trans é pior que a saturada – de origem animal – do ponto de vista cardiovascular. A causa: ela “plastifica” os vasos sanguíneos levando a infartos e derrames.
O problema é que os alimentos hidrogenados não se resumem a frituras. O que dizer de biscoitos, sorvetes, chocolates, macarrão instantâneo de preparo rápido – do tipo miojo -, chips e temperos prontos, só para citar alguns exemplos?
O que preocupa é justamente a variedade de alimentos que levam esse tipo de gordura, porque eles acabam sendo ingeridos por gente de todas as idades: crianças, jovens, adultos e idosos.
Donde se pode concluir que as pessoas estão sendo enganadas! Sim, elas acreditam que estão comendo algo que faz bem, ou não faz tão mal para a saúde. Na verdade, é justamente o oposto. E os médicos fingem não saber de nada, são coniventes com toda essa bandalheira!
Interesses comerciais
A gordura hidrogenada, todos sabem há décadas, é uma gordura vegetal que foi criada por oligopólios industriais para ser uma alternativa mais lucrativa em relação à gordura saturada, à do bacon, da lingüiça, da picanha, etc.
Como não existe gordura no mundo vegetal – somente óleos – foi criado malandramente, então, um processo de transformação desses óleos vegetais em gordura sólida. Aí começa o problema.
Os óleos são colocados em uma câmara com gás hidrogênio – daí o nome hidrogenada – com alta pressão e alta temperatura, e o resultado não seria bem visto – e muito menos comido – por ninguém que estivesse de posse de um mínimo de suas faculdades mentais.
Por que? Muito simples, acredite: os óleos se transformam em uma pasta preta, com mau cheiro, que precisa ser alvejada para ficar sem cor e desodorizada para ficar sem cheiro.
Pois é essa gosma que deixa tudo crocante porque solidifica nos alimentos após a fritura, formando uma casquinha. Isso acontece também nos vasos sanguíneos que ficam impedidos de dilatar. Dá para entender ou precisar desenhar?
Por isto está se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. É que durante a atividade física, o fluxo sanguíneo aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando ocorre o infarto do miocárdio.
A lista negra
O alerta, então, é para alguns alimentos que contêm gordura hidrogenada:
* Biscoitos: praticamente todos, principalmente os recheados e os wafers, aqueles que colam no céu da boca;
* Chips;
* Batata-frita: tanto as de pacote quanto as de fast-food;
* Tortas e bolos prontos e semi-prontos (quando bem fofos);
* Pães, principalmente os de massa doce;
* Pães de forma, a maioria.
* Sorvete: a maioria, até mesmo os chamados light. O sorvete hidrogenado é mais espumoso;
* Chocolate: cuidado com os diet, pois são os piores;
* Leite: os achocolatados prontos;
* Margarina: quanto mais dura, pior;
* Fast-foods e os indefectíveis hamburgers que viciam jovens e adolescentes: usam essa gordura para todas as frituras porque ficam crocantes;
* Maioneses e ketchups
* Requeijão: os que são muito cremosos;
* Pipocas de microondas;
* Temperos prontos em tabletes ou em pó.
Omissão por lucro
As conseqüências do consumo desenfreado de gordura hidrogenada são pouco divulgadas no Brasil. Afinal, essas empresas são grandes patrocinadoras da chamada velha mídia – TVs, rádios, jornais, revistas e etc – que nunca, jamais, fazem matérias ou reportagens denunciando esta grande sacanagem contra a saúde pública.
O mesmo, porém, não tem ocorrido nos países desenvolvidos. Em 1994, epidemiologistas da Universidade de Harvard atribuíram ao consumo da gordura hidrogenada até 100 mil mortes prematuras por ano, apenas nos Estados Unidos! Agora imagine a devastação que está ocorrendo por aqui.
Desde essa época, eles pediram ao Foods and Drugs Administration (FDA) – órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA – alterações nos rótulos nutricionais que informassem aos consumidores o quanto de gordura trans continha cada alimento. Nada foi feito.
Cientistas relacionaram o consumo dessa gordura vegetal a doenças metabólicas, ou à chamada Síndrome Metabólica – aumento da cintura abdominal, diabetes tipo 2, alterações dos lipídeos sangüíneos, hipertensão arterial e esteatose hepática (fígado gorduroso).
Como tudo começou
A descrição dessa síndrome – inicialmente chamada de Quarteto da Morte, em 1984 – coincide com o início do uso maciço dos hidrogenados pela poderosa indústria alimentícia norte-americana.
O epidemiologista-chefe da Escola de Medicina de Harvard, Walter Willet, denuncia que a introdução dos hidrogenados na alimentação foi o maior desastre da história alimentícia nos EUA. Resultou numa epidemia de obesidade e demais doenças.
Em 2001, foi divulgado um estudo – feito em 84 mil enfermeiras, durante 14 ano s- no qual ficou confirmado que a principal gordura relacionada ao diabetes e ao aumento do colesterol e triglicerídios era a hidrogenada.
No ano seguinte, cientistas americanos pediram um novo estudo. Queriam que ficasse claro o quanto de gordura hidrogenada uma pessoa poderia consumir por dia, sem prejudicar sua saúde. O resultado foi surpreendente: zero.
Há relatos também da associação de hidrogenados com vários tipos de câncer.
Leia mais em: http://www.materiaincognita.com.br/margarina-faz-mal-a-saude-pois-causa-infartos-e-derrames/#ixzz1iPZslLXp
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