sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VOCE DA O DÍZIMO DO SEU DIA PRA DEUS OU NÃO SOBRA NADA?

DIZIMO NÃO É SÓ DINHEIRO MAS É DAR A DEUS AS PRIMÍCIAS DE TUDO! SEU TEMPO É DINHEIRO? ENTÃO ESTA DIZIMANDO A DEUS QUANTAS HORAS DO SEU DIA?
Presentemente todo o mundo corre de um lado para o outro no meio da pressa de tratar todos os assuntos que diariamente pressionam cada um. Já nada se faz com calma. As pessoas vivem num mundo de urgências e de nervos. Não há tempo para ler. Não há tempo para pensar. Não há tempo para a família. Não há tempo para rezar. Já nem sequer há tempo para ter paz, porque por todo o lado só nos metem pelos olhos dentro as questões familiares e sociais.
Logo de manhã há muita pressa em se despachar para ir para o trabalho. Com olhos sonolentos ainda custa a encontrar os chinelos ao lado da cama. Mas logo surge a pressa de despachar a higiene, comer qualquer coisa a correr, por vezes de pé. Às vezes é preciso levar os filhos à escola, por entre ralhos para que se despachem, e sair sem pensar e mais nada senão no transporte a apanhar, que talvez esteja perdido ou quase a passar. Ou então entra-se para o carro, que às vezes custa a pegar. É então que começam as palavras fortes a surgir na boca. E nem sequer houve tempo para um beijo de despedida ao sair de casa. E é com essa falta de paz que cada um segue para o seu trabalho.
A seguir é o trânsito que não anda, é aquele automobilista que é um lerdo, que não se despacha, é o que buzina a trás de nós… e as palavras fortes transformam-se em palavrões mais fortes à medida que a pressa e a impaciência aumentam.
Depois no trabalho, que parece ter aumentado em cada secretária, em cada banca de oficina, durante a noite. E os patrões, os chefes, querem tudo feito depressa, para ontem se fosse possível. Tudo se faz de corrida, com muitos enganos e consequentes chamadas de atenção, repreensões e emendas. Aqui entra o medo do despedimento e de ficar sem trabalho. E a falta de paz instala-se ainda mais, com manifestações diversas de impaciência.
Não há tempo para fazer amizades entre os colegas, mas as intrigas fervilham, porque cada um se sente melhor que os outros e procura fazer com que os chefes gostem mais do trabalho que lhes apresentam, mesmo que tenham antes pedido ajuda a outro ou até copiado alguma boa ideia que um colega ingenuamente manifestou.
As refeições são feitas em qualquer lado a correr, porque o tempo é pouco. Os que têm a felicidade de poder ir a casa e ter lá alguém que lhe faça o almoço, também não têm muito tempo para o apreciar, porque têm que voltar rapidamente para o trabalho.
Chega o fim do dia, cada um mais cansado que o outro. É o regresso a casa, algumas vezes passando por bares, para “descontrair e aliviar a pressão do dia”. Em casa esperam outros problemas, queixas de faltas de dinheiro, filhos que reclamam ou que trazem trabalhos escolares para os quais pedem ajuda, alguns com recados de professores a chamar os pais à escola por causa do mau aproveitamento ou do mau comportamento. Mas como é que haverá tempo para ir à escola! A mãe reclama que trabalhou todo o dia e à noite ainda tem coisas para fazer em casa e só ouve más palavras. É o fim do dia e todos reclamam no lar. Não há paz porque não há tempo para nada. Nem sequer à noite há tempo para ter paz!
Para aliviar a confusão do dia abrem a televisão e enquanto os filhos mergulham em desenhos animados cheios de violência (os mais velhos em filmes pornográficos enquanto os pais pensam que eles estão a estudar), a mãe, enquanto passa a ferro, vê novelas em que sonha que é uma daquelas mulheres belas, ricas e cheias de amores. O pai vê as notícias, escuta debates políticos e acaba por se deitar cheio de azia.
Alguém pensa em rezar? Não, porque ninguém tem tempo para isso!
No fim de semana, quando parecia que haveria tempo para descansar, para tranquilidade em família, enfim, para rezar um pouco, cada um corre para os lugares onde gosta de se divertir. São grandes as filas de carros com famílias cheias de calor e arreliadas com as demoras do trânsito. Mas não há tempo! Cada qual tem de chegar cedo e depois, ao fim do dia chegar a casa ainda mais cansado.
Nem sabem por onde andam os filhos mais velhos. A maior parte deles estão em discotecas com amigos a quem estimam mais que aos próprios pais, com os quais já nem sabem falar.
Mas também não há tempo para pensar nessas coisas! Só quando as desgraças acontecem as pessoas pensam: “Mas o que foi que eu fiz para acontecer isto? Trabalhava tanto que não tinha tempo para mais nada!”
As nossas vidas estão cheias de urgências. Algumas vezes fazemos projetos, mas chega-se ao fim do dia, da semana ou do mês e verificamos que nada cumprimos. E então dizemos que o tempo passa muito depressa. Não nos lembramos que nós é que passamos pelo tempo, esse tempo que nos foi dado e que desbaratamos como crianças descuidadas.
Tudo é urgente! O mundo está cheio de pressa e nós deixamo-nos contagiar com toda a ingenuidade, sem darmos conta que essas urgências são ciladas do inimigo das nossas almas, ciladas em que caímos, para deixarmos passar o tempo sem cuidarmos do mais importante, dos verdadeiros deveres para os quais viemos ao mundo. Quando cairmos em nós, o tempo passou, é tarde demais… não podemos fazer mais nada, porque não há mais tempo, porque chegou o tempo de prestarmos contas a Deus.
Quantos anos vivemos em completo descuido da nossa missão de filhos de Deus? Vinte… trinta… cinquenta… setenta…
Quantos de nós dizemos: “Ainda é cedo. Ainda tenho tempo. Não vai acontecer nada hoje, nem amanhã, nem para o mês que vem… talvez para o ano… Tenho tempo, daqui a uns meses, se vir as coisas a ficarem complicadas, então confesso-me e mudo de vida”.
Ai, irmão! Não sabes se terás tempo sequer de acabar essa frase. O teu tempo pode estar no fim e tu não sabes! Não penses em coisas futuras. Pensa no presente. Vive o presente que é o tesouro que Deus te dá. De teu só tens o instante presente. Arrepende-te agora. Confessa-te agora! Sabes lá se mais tarde te queres confessar e não encontras sacerdote disponível!
Cada dia Deus te dá o presente de mais umas horas, não sabes quantas. Vive-as como Ele quer, sem te deixares dominar pelas ocorrências, pelos problemas diários, pelo trabalho, pela pressa de fazer as coisas. Aproveita cada hora, cada minuto, para teres força para dores maiores, se Ele quiser que as vivas e que as sofras.
A confissão é a coisa mais urgente de quantas urgências possam ocorrer no nosso dia. Que nenhum dia chegue ao fim sem que sintamos a nossa alma em paz com Deus. E se por acaso alguma coisa aconteceu que nos fez cair em pecado grave, não deixemos para amanhã a confissão, porque o amanhã pode não surgir para nós. Deus que nos deu tantos anos que temos de vida, não está obrigado a esperar que nos apeteça confessar, não está obrigado a esperar que tenhamos tempo para Ele. Não está sequer obrigado a conceder-nos mais um dia. Já nos deu muitos que nós gastámos agarrados ao nosso egoísmo, aos nossos apetites, aos nossos pecados.
Estamos cheios de urgências, mas nada é tão urgente como estar na amizade de Deus. E quanto mais estivermos na Sua amizade, melhor veremos aquilo que fazemos e que Lhe desagrada. Por isso os grandes santos que tanto admiramos sentiam-se muito pecadores. Não era ilusão nem falsa humildade. Era a luz de Deus a mostrar-lhes as suas faltas e era o amor que lhes crescia no peito a cada confissão e a cada Comunhão que lhes fazia achar grandes, faltas bem pequenas. É como quando o sol entra a jorros nas nossas casas, que vemos as mínimas poeiras no ar. À noite não as vemos, porque as nossas luzes são muito fracas para isso.
A confissão faz-nos crescer na luz de Deus. Por isso é mais um motivo de urgência. Sim, é urgente ter luz!
A confissão também nos faz crescer no amor a Deus. Não esqueçamos de que no Céu, embora sejamos felizes, só O amaremos conforme O amámos na terra, uma vez que no Céu já não podemos progredir. Mas aqui podemos, para isso nos é dado tempo. Então aqui está mais um motivo da urgência da confissão. É urgente amar mais a Deus! Sim é muito urgente!
A confissão, se for feita com os devidos propósitos de arrependimento e de emenda, dá-nos força para resistir às tentações, mesmo que o sacerdote não fale muito, não dê muitos conselhos, porque na confissão desce sobre nós o Sangue de Jesus em torrentes, para nos lavar, purificar, encher de luz, de amor, de força, de paciência e de todas as outras virtudes de que temos tanta necessidade. Tudo isto é muito urgente, porque o tempo urge e pode estar quase a acabar.
Sabendo isso, os santos desejavam confessar-se muitas vezes. Que vergonha para nós, diante desses irmãos que nos precederam e nos esperam no Céu, nós que adiamos a confissão como se ela não fosse importante, e quantas vezes vamos para ela, contrariados, com uma cara que mais parece que vamos para um enterro! Às vezes até vamos com falta de preparação, sem o exame de consciência feito, sem arrependimento e sem propósito de emenda!
É preciso saber que sem estes propósitos a confissão é nula, é como se não a tivéssemos feito. Às vezes também podemos ter a tentação de esconder ao confessor algum pecado grave. Então, se realmente não confessamos esse pecado, essa confissão virá aumentar o número dos nossos pecados, porque se torna sacrílega.
Quantas vezes também dizemos que nos confessamos, mas que não progredimos na vida espiritual e continuamos a fazer as mesmas coisas erradas, os mesmos pecados. Então concluímos, enganosamente, que a confissão não adianta para a emenda de vida.
Isso acontece porque não vamos à raiz do nosso problema, não procuramos o porquê daquilo que fazemos e voltamos a fazer, mesmo depois de muitas confissões. Não procuramos saber por que é que continuamos a fazer as mesmas coisas. Ou então desculpamo-nos que as fazemos porque a vida é assim, porque o mundo é assim, porque agora todos o fazem, porque faz parte da evolução da vida moderna. E não nos preocupamos mais, porque temos outras coisas para fazer, para ver e para resolver.
Mas se dermos a volta ao problema, se procurarmos ver e discernir no nosso interior, veremos que tudo se reduz a pouco mais que amor próprio, o amor com que nos rodeamos e amimamos, mesmo que não sejamos muito amados pelas pessoas que nos rodeiam, esse amor próprio, que em si é necessário para conservarmos a vida e a saúde, mas que deixamos aumentar, até se transformar em egoísmo. Nós sabemos amar-nos a nós mesmos. Por isso não resistimos em procurar o melhor para nós, desde a melhor parte da comida da travessa, até ao lugar desejado no nosso trabalho e que nos trará mais dinheiro, mais honra, mais poder. Por ambição e ganância somos capazes de trabalhar brutalmente e de atropelar meio mundo que se atreva a interpor-se entre nós e as nossas ambições. Por ganância tantos se têm perdido!
Por amor de nós mesmos, principalmente quando estamos tristes, desejamos consolar-nos com gulodices, com roupas bonitas, que nem nos estão a fazer falta, com programas de televisão, com espetáculos vários, com desejos lascivos… e outras consolações que sabemos encontrar, entre elas a maledicência. Por isso consolamos os olhos com gravuras imorais e desejamos a mulher (ou o marido) do próximo, quando não lha tiramos, porque ela nos agrada e não nos queremos privar dos nossos gostos.
Por isso (pelo nosso egoísmo) nos espapaçamos em preguiça e deixamos os outros fazerem o nosso trabalho, principalmente o trabalho de que gostamos menos.
Por nos sentirmos lesados na integridade da nossa importância nos ofendemos facilmente quando os outros não se mostram gratos por algum favor que lhes prestámos, não são delicados, não fazem a nossa vontade ou não nos dão a devida importância, e deixamos sair o fel do nosso mau humor e mau génio, quando alguém faz alguma coisa que nos desagrada, acabando por insultar na frente da pessoa ou nas suas costas. Não nos lembramos de que nós não somos importantes, nada mesmo! E que se as outras pessoas soubessem o que nós pensamos, desejamos ou fazemos em segredo, nos tratariam ainda muito pior.
Como queremos vencer estas tentações se não sabemos ir ao cerne da questão e ver que a tristeza não combatida nos leva a mil pecados, podendo chegar até ao suicídio; que a ambição nos leva à inveja, ao ódio e nos pode até levar ao crime; que por não guardarmos os olhos das más imagens, quer em gravuras, quer em filmes, quer em pessoas que vemos pelas ruas ou que até nos estão próximas, não poderemos vencer as tentações carnais?
E como queremos vencer tudo isto se não rezamos, se não imploramos humildemente a graça de Deus e se não nos confessamos com frequência?
Sem a confissão acabamos por andar distraídos e a já nem repararmos nos pecados que fazemos. Então por vezes dizemos que não temos pecados, tão acostumados já estamos com eles! Fazemos como quem anda de noite em terreno lamacento, que não vê os lugares que pisa e acaba por caminhar só por cima da lama, em vez de escolher melhor caminho, como faria se tivesse alguma luz que o alumiasse. E como nada vê no meio da escuridão, pensa que vai limpo.
Pior ainda será se continua a comungar com a alma nessas condições. Então estará a comer e a beber a sua própria condenação (1 Cor 11, 29).
A urgência da nossa vida é viver na graça de Deus, para não sermos apanhados de surpresa pela morte, como tem acontecido a tanta gente, alguns que até conhecíamos. Para isso é da maior urgência confessarmo-nos com frequência, comungar com a alma pura, rezar e praticar as virtudes, entre elas, as boas obras.
Mesmo com as urgências do nosso trabalho, rezar é ainda mais urgente. É sempre possível fechar a televisão que nos aliena e rezar alguns minutos. Também podemos fazê-lo até pelo caminho, em vez de nos distrairmos com pensamentos que nem sempre são bons. Só rezando com humildade teremos força para vencer a batalha que nos dá o inimigo das nossas almas. Mas não esqueçamos que ele faz tudo para nos afastar da oração aumentando-nos o trabalho, o aborrecimento e até o sono.
É preciso esforçarmo-nos para vencer a batalha da oração, a fim de que as nossas confissões e comunhões dêem fruto, para que não levemos à confissão uma alma rotineira, que não progride, e para que não levemos à Comunhão um coração frio e indiferente, que também torna a Comunhão infrutuosa.
Isto é muito importante, porque o nosso trabalho profissional ou doméstico, quando nós cá não estivermos, outros o farão por nós, mas a salvação da nossa alma, será para a eternidade e ninguém a poderá alcançar em nosso lugar. É trabalho que ninguém fará por nós. É trabalho em que não podemos ser substituídos.
É urgente acordar, deixar de pensar no passado e no futuro, mas tratar de, no tempo presente, andar na graça e no Amor de Deus. Só assim estaremos preparados para tudo aquilo que Ele quiser de nós. E só assim viveremos a verdadeira Paz, mesmo no meio de qualquer tribulação que Ele nos queira enviar. É esta a nossa maior urgência!
Em resumo: é tempo de agarrar-se em Deus! Que ninguém demore em fazer isso!
FONTE

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