Cante, nunca deixe de cantar
Quem canta, seus males espanta. Verdade! Espanta a indisposição, a ansiedade, a raiva, a tristeza…
Quem canta, seus males espanta. Verdade! Espanta a indisposição, a ansiedade, a raiva, a tristeza… E sabe aqueles dias turvos em que o azedume interno prevalece e nem você mesmo se suporta tamanho é o seu mau humor? Então, esse estado de espírito pode ser combatido com uma MPB, um tango, um bolero. Bom, o gênero musical não importa. O que vale mesmo, segundo estudiosos, é a pessoa sentir-se bem com a referida execução. Nesse caso, a música exerce uma influência benéfica até sobre a dor, já que ela descontrai, relaxa e reduz a tensão. Diminuir a tensão significa alívio para a dor. Em síntese quer dizer menos de cabeça, menos de dor estômago e, acredite se quiser: menos dor na alma também.
Até aquela dorzinha lá no fundo do coração, decorrente de um rompimento ou de uma desilusão amorosa, vai bater em retirada. Desaparece, mas volta de novo. Então, a cada lembrança, o remédio é abrir a boca e viajar ao lado de uma boa letra e melodia. Porque este mecanismo ajuda a extravasar as emoções e dá espaço a uma força – uma energia – que suscita sensações indescritíveis. Os resultados? Haja espaço para nominá-los. Ânimo, alegria e bom humor. Não pense que esta argumentação provém apenas dos românticos. Embora a classe possa sair em vantagem, outros adeptos da música certamente podem desfrutar do que ela proporciona em termos de bem-estar e saúde. Quer provar? Desfaça agora mesmo desta “cara amarrada” e mande a melancolia pra bem longe de você. E lembre-se: cara feia e mau humor não resolvem problema de ninguém e nem trazem a namorada de volta.
Ciência comprova
A máxima da frase que introduz esta reportagem, há pouco tempo, não passava de um mero clichê. Hoje, entretanto, conta com todo o respaldo da comunidade científica. Estudos revelam que cantar pode mesmo ter um efeito preventivo, analgésico, ansiolítico e, pasmem, até anticancerígenos. A razão é quase que óbvia: “Cantar é um movimento libertador que coloca a pessoa pra fora, fazendo-a revelar o seu interior, seus conflitos e seus medos. É um tipo de psicoterapia que faz sentimentos e emoções aflorarem. Nesse momento, são ativadas substâncias como as endorfinas e a serotonina que causam bem-estar e protegem o organismo contra as doenças, inclusive, aquelas mais temidas pela humanidade”, explica o psicólogo maringaense Marcos Maestri, doutor em Psicologia e mestre em Educação.
Os efeitos benéficos da música são reconhecidos desde tempos imemoriais por muitos filósofos como Platão, Aristóteles, Pitágoras, seus contemporâneos e outros pensadores de épocas distintas. Eles acreditavam que ela promovia uma elevação do corpo e da alma e, consequentemente, servia como suporte a diversos males. Tanto que Pitágoras é apontado como o primeiro dessa corrente a utilizar a música no tratamento de doenças. Já Homero a recomendava para evitar paixões negativas, ira, pesar, preocupação e medo. Por meio da música também, Tales de Mileto teria sido curado de uma peste descrita pela História como uma contaminação melancólica. O que se presume ser uma profunda depressão.
Mistério da Música
Não há como contestar. Realmente, cantar faz muito bem. Este ato é tão interessante e leva mesmo a uma “viagem”, que até aquelas pessoas com dificuldades na fala, como os gagos, no momento de executarem uma música, a voz flui naturalmente. Seria um mistério ou uma magia por trás desse acontecimento? A explicação, segundo Marisa, é que tanto para a execução de uma música, como para qualquer outro tipo de arte, acontece a ativação do hemisfério cerebral direito. “Já a gagueira é uma dificuldade na fala, que afeta o hemisfério cerebral esquerdo. Por isso, essas pessoas conseguem cantar sem mostrar a dificuldade que têm na fala”, esclarece.
Diante de tantas coisas boas que a música oferece, só resta agora seguir as recomendações da fonoaudióloga Marisa San Germano: “Cante, nunca deixe de cantar”. Sabe por quê? Porque cantar gera prazer, bem-estar, alegria, as quais ninguém consegue passar.
O que passa, na verdade, é a raiva, a ira, a ansiedade e a solidão. É isso mesmo! Até a “bendita” solidão vai dar um jeitinho de cair fora. Isso, pelo menos, é o que pressupõe uma das composições de Michael Sullivan e Paulo Massadas, intitulada “Dê uma chance ao coração”, em que eles interpretam juntamente com um grupo de cantores como Fagner, Sandra de Sá, Alcione, Rosana….” “Canta, canta canção, diz pra solidão que, de hoje em diante cante….”.
Por Alderi Rabêlo
Nenhum comentário:
Postar um comentário