O Preço de Ser Discípulo
"Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo." (Lc 14:26-27)
Todo produto tem o seu preço, de maneira geral, definido pela relação de custos para sua produção e lucros almejados pelo produtor, sempre regulado pelo mercado nas variáveis de oferta e procura, isto é: imagine um produto que custou para a fábrica R$ 2,50, e a empresa prevê um lucro de 100%; então tentará vendê-lo a R$ 5,00. Só que, dependendo das relações com o mercado, esse preço pode cair ou mesmo subir. Alta procura, alta no preço; baixa procura, baixa no preço, para desovar o estoque em oferta. Toda escolha também traz um preço; muitas vezes, material. Outras também trazem um custo ético. Casar, mudar de cidade ou país, emagrecer, etc. Cada escolha tem um custo que precisa ser calculado. Ser discípulo de Jesus também tem um preço. Esta parábola apresenta-nos uma noção de como calculá-lo.
As parábolas do construtor e do rei que faz guerra são duas, mas, dentro de um mesmo objetivo. Toda parábola está dentro de um contexto. Cada autor do evangelho encaixa as parábolas em seus textos com propósitos específicos e, geralmente, o contexto deixa claro o motivo de cada uma. Isso porque Jesus contou cada parábola dentro de uma situação específica, para esclarecer, através de uma comparação, determinado assunto. No nosso caso, ler ao menos o capítulo 14 de Lucas ajuda a posicionar a parábola em um ambiente maior. Duas parábolas sobre banquetes são contadas (cf. Lc 14:7-14,16 23). Estar em um banquete é um prazer e, mesmo assim, escolhas erradas são tomadas nas duas narrativas. E escolhas, naturalmente, trazem conseqüências. Estar no banquete do reino de Deus requer aprendizado sobre postura humilde (cf. Lc 14:8-10) e sobre prioridades (cf. Lc 14:17-18), dentre tantas outras coisas. É aqui que entra nossa parábola sobre o preço de ser discípulo. Jesus, a partir do versículo 25, direciona o assunto para o custo de segui-lo. O banquete é deixado para o seu momento, ou seja, o final. O que está em discussão é o aqui e o agora. Estar na festa do reino de Deus depende da graça divina, É nossa obrigação traçar uma caminhada de aprendizado, para nos tornarmos discípulos sempre em busca de nos parecermos mais e mais com o Mestre.
Aproximando-nos cada vez mais da parábola, percebemos que o versículo 25 é fundamental: Uma grande multidão ia acompanhando Jesus. A multidão poderia estar sedenta de tudo aquilo que Jesus poderia fazer por ela. Motivação errada gera atitude errada. Então, Jesus desloca a motivação do que ele poderia oferecer e lança luz sobre o relacionamento de amor e total confiança que quer estabelecer com aqueles que o seguem. Amor (v. 26) e confiança (v.27) estão representados no amar mais a Jesus do que tudo e em carregar uma cruz, ainda que pesada. Aqui está o preço do discipulado. Em algumas versões, a palavra do v. 26 é “aborrece pai e mãe”. A idéia do aborrecer não tem nada a ver com desprezar. O “aborrecer” tem uma tradução mais condizente com o significado do texto: “amar mais”. Implicitamente, está, aqui, o mandamento de “amar a Deus acima de todas as coisas”. O que o texto diz é: seguir a Jesus sem o amar acima de tudo, não é realmente o seguir. Escolher andar com Jesus requer amor e confiança em seus ensinos. Por outro lado, segui-lo, sem essa abnegação, é acompanhá-lo como a multidão: somente em busca do que ele pode oferecer. Mais do que uma relação utilitária, Jesus propõe discipulado: andar com ele, aprender com suas palavras, suas ações e, assim, assumir as mesmas palavras e ações como modo de vida (carregar a cruz). A família não será desprezada por Jesus, nem as necessidades serão desprezadas; afinal, é ele mesmo quem diz: “... buscai primeiro o Reino de Deus e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Com isso em mente, chegamos à parábola. O preço está praticamente apresentado: amor e confiança em Jesus. O que ela quer ensinar é como calcular o custo para que a escolha de ser discípulo seja consciente e não haja frustração no meio do caminho.
Uma construção requer cálculos de custos e materiais. Uma obra residencial pode levar meses. Nas grandes cidades do Brasil, não é muito difícil ver, em meio à paisagem urbana, construções inacabadas de altos prédios. Vários são os motivos de uma obra ser interrompida pela metade, mas nada depõe mais contra a imagem de uma construtora do que uma obra nesse estado. Está lá, exposta aos olhos dos que passam, a incapacidade de terminar o que começou. Quem de nós compraria um imóvel de uma empresa assim? Deixando de lado a má fé de alguns, um dos grandes motivos de não terminar uma construção é um mau planejamento. Os custos, se é que foram calculados, não foram confrontados com o capital reservado para o empreendimento. É essa a verdade apresentada nos vv. 28-30. O custo precisa ser calculado. Uma guerra requer cálculos de custos. Enquanto a primeira parte do texto trata de construção, a segunda traz a idéia de destruição pela guerra. O envolvimento em uma guerra traz custos irremediáveis. Vidas serão tiradas. No caso da parábola, Jesus diz que nenhum rei vai à guerra sem analisar as possibilidades de vitória. Ninguém entra para perder. O rei da parábola tem um exército menor (10.000 homens contra 20.000 do outro exército) e precisa analisar o potencial bélico de seus comandados, as estratégias que serão utilizadas, o campo onde a batalha acontecerá, para, então, decidir ir à guerra ou mandar uma comitiva de paz.
Um exército derrotado não implica somente uma imagem ruim para um rei, mas, talvez, sua própria vida. É isso que os vv. 31-32 tratam. Assim, antes de tomar a decisão, o custo deve ser calculado. A construção de uma vida apresenta altos custos. Uma vida ao lado de Jesus traz o custo do amor e da confiança nele, acima e apesar de qualquer coisa. Jesus olhou para a multidão, naquele dia, e perguntou: “Vocês estão calculando o preço de me seguir?” Em uma economia estabilizada, é possível calcular e programar toda uma obra, mesmo assim, imprevistos acontecerão e por mais paradoxo que pareça precisam estar previstos! Amar e confiar é estar preparado para o imprevisto, não no sentido de pronto e certo que ele acontecerá, mas pronto e certo de que, mesmo que o imprevisto aconteça, a obra da vida não vai parar. A construção do relacionamento com o Mestre não será abandonada como um prédio sem acabamento. O preço de amar e confiar continuará a ser mantido. Da mesma forma, a batalha da vida está diante de nós, todos os dias. Jesus calculou o custo da batalha: sua própria vida (Jo 3:16) e foi até o fim. A aparente derrota mostrou-se estratégia vitoriosa, pois ele ressurgiu e vivo está! Como soldados nessa batalha, precisamos estar cientes de que a vida está em jogo. A multidão, mais uma vez, é confrontada: Vocês estão calculando o preço? Estamos dispostos a dispor da própria vida, se necessário? Decisões terminais só são possíveis em situações terminais. É difícil medir o custo de entregar a própria vida quando estamos em situação confortável.
Jesus lança luz sobre o cálculo e, como dissemos anteriormente, até o imprevisto precisa ser calculado. Não se quer um mártir com prazer em morrer. Nem mesmo Jesus teve tal prazer, pois chorou amargamente no Getsêmani, antes de ser entregue aos seus acusadores. O foco não está no tamanho da construção ou em sua beleza; o destaque é o cálculo condizente com a obra, para que nada impeça que ela seja concluída. Jesus está dizendo: Que ninguém ria por causa de uma obra inacabada, que ninguém chore por uma guerra perdida; façam o cálculo para que tais coisas não aconteçam.
1. Não basta estar na multidão; é preciso seguir a Jesus - Ao olhar para a multidão Jesus procura os discípulos. Por sua vez, a multidão não procura o Mestre, aquele que ensina o caminho da vida, mas alguém que resolva seus problemas imediatos (Jo 2:23). Jesus quer transformar as pessoas em discípulas, mas as pessoas querem apenas fazer parte da multidão abençoada por ele. Essa é uma postura altamente perigosa, porque a vontade de Deus é tornar-nos parecidos com ele. Por isso é que a Escritura declara que Jesus olhou a multidão e não se confiava a eles, porque os conhecia a todos (Jo 2:24; cf. v. 25). Nos dias de hoje, há muita gente se aproximado de Jesus em busca do que vai ganhar com isso; a maioria tem se esquecido da parte mais importante, que é segui-lo, isto é, viver como Jesus viveu. Saia da multidão! Seja um seguidor de Cristo.
2. É preciso calcular o preço integral do discipulado - Ser discípulo de Cristo não é uma aventura; é uma missão que precisa ser bem avaliada. Jesus diz que é preciso assentar-se e calcular os custos: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lc 14:28; cf. vv. 29-31). A idéia de assentar-se é a de fazer um “cálculo” com calma, analisando todos os fatores envolvidos, inclusive os possíveis imprevistos (cf. II Co 11:23-28). Isso é calcular integralmente, para que consigamos ir até o fim da jornada cristã. Em outras palavras, não dá para começar e parar; é preciso ir até o fim, independentemente das circunstâncias, uma vez que “ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lc 9:62)
3. O preço é alto, mas é possível pagá-lo - Jesus pagou o alto preço, e todos devemos estar cientes disto: “... não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (I PE 1:18-19) Ao garantir a nossa vitória, pelo alto preço que pagou, Cristo tornou possível imitarmos a sua maneira de viver e sermos seus discípulos, praticarmos o amor e a entrega confiante a ele. Jamais conseguiríamos pagar o preço que ele pagou lá na cruz, mas, pela fé absoluta na sua pessoa, podemos andar como ele andou. Enfim, é possível arcarmos com o preço de sermos discípulos de Jesus, porque ele já o pagou por nós. Devemos, portanto, nos alegrar e nos considerar felizes, pois seguir a Cristo, além de já ser uma honra, tem uma recompensa, que é esta: Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. (Lc 6:22-23 – NTLH).
CONCLUSÃO:
Voltando à relação de oferta e procura, citada na introdução, é triste notar que a procura pelo discipulado sério, ao lado de Cristo tem caído muito e que alguns têm barateado o preço de ser discípulo. É uma pena. O preço não mudou: amor, fé e abnegação. O Versículo 33 continua lá: “... qualquer de vocês que não renunciar a tudo que possui, não pode ser meu discípulo.” Faça o cálculo e conclua que, quando chegar a hora do grande banquete, apesar de não poder pagar tamanho prazer, você será convidado por Cristo a assentar-se com ele à mesa, pois não será mais um na multidão, mas discípulo e amigo do Mestre Jesus. Calcule o que ele pagou para garantir a festa e você verá que vale a pena o preço de ser discípulo.
Todo produto tem o seu preço, de maneira geral, definido pela relação de custos para sua produção e lucros almejados pelo produtor, sempre regulado pelo mercado nas variáveis de oferta e procura, isto é: imagine um produto que custou para a fábrica R$ 2,50, e a empresa prevê um lucro de 100%; então tentará vendê-lo a R$ 5,00. Só que, dependendo das relações com o mercado, esse preço pode cair ou mesmo subir. Alta procura, alta no preço; baixa procura, baixa no preço, para desovar o estoque em oferta. Toda escolha também traz um preço; muitas vezes, material. Outras também trazem um custo ético. Casar, mudar de cidade ou país, emagrecer, etc. Cada escolha tem um custo que precisa ser calculado. Ser discípulo de Jesus também tem um preço. Esta parábola apresenta-nos uma noção de como calculá-lo.
As parábolas do construtor e do rei que faz guerra são duas, mas, dentro de um mesmo objetivo. Toda parábola está dentro de um contexto. Cada autor do evangelho encaixa as parábolas em seus textos com propósitos específicos e, geralmente, o contexto deixa claro o motivo de cada uma. Isso porque Jesus contou cada parábola dentro de uma situação específica, para esclarecer, através de uma comparação, determinado assunto. No nosso caso, ler ao menos o capítulo 14 de Lucas ajuda a posicionar a parábola em um ambiente maior. Duas parábolas sobre banquetes são contadas (cf. Lc 14:7-14,16 23). Estar em um banquete é um prazer e, mesmo assim, escolhas erradas são tomadas nas duas narrativas. E escolhas, naturalmente, trazem conseqüências. Estar no banquete do reino de Deus requer aprendizado sobre postura humilde (cf. Lc 14:8-10) e sobre prioridades (cf. Lc 14:17-18), dentre tantas outras coisas. É aqui que entra nossa parábola sobre o preço de ser discípulo. Jesus, a partir do versículo 25, direciona o assunto para o custo de segui-lo. O banquete é deixado para o seu momento, ou seja, o final. O que está em discussão é o aqui e o agora. Estar na festa do reino de Deus depende da graça divina, É nossa obrigação traçar uma caminhada de aprendizado, para nos tornarmos discípulos sempre em busca de nos parecermos mais e mais com o Mestre.
Aproximando-nos cada vez mais da parábola, percebemos que o versículo 25 é fundamental: Uma grande multidão ia acompanhando Jesus. A multidão poderia estar sedenta de tudo aquilo que Jesus poderia fazer por ela. Motivação errada gera atitude errada. Então, Jesus desloca a motivação do que ele poderia oferecer e lança luz sobre o relacionamento de amor e total confiança que quer estabelecer com aqueles que o seguem. Amor (v. 26) e confiança (v.27) estão representados no amar mais a Jesus do que tudo e em carregar uma cruz, ainda que pesada. Aqui está o preço do discipulado. Em algumas versões, a palavra do v. 26 é “aborrece pai e mãe”. A idéia do aborrecer não tem nada a ver com desprezar. O “aborrecer” tem uma tradução mais condizente com o significado do texto: “amar mais”. Implicitamente, está, aqui, o mandamento de “amar a Deus acima de todas as coisas”. O que o texto diz é: seguir a Jesus sem o amar acima de tudo, não é realmente o seguir. Escolher andar com Jesus requer amor e confiança em seus ensinos. Por outro lado, segui-lo, sem essa abnegação, é acompanhá-lo como a multidão: somente em busca do que ele pode oferecer. Mais do que uma relação utilitária, Jesus propõe discipulado: andar com ele, aprender com suas palavras, suas ações e, assim, assumir as mesmas palavras e ações como modo de vida (carregar a cruz). A família não será desprezada por Jesus, nem as necessidades serão desprezadas; afinal, é ele mesmo quem diz: “... buscai primeiro o Reino de Deus e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Com isso em mente, chegamos à parábola. O preço está praticamente apresentado: amor e confiança em Jesus. O que ela quer ensinar é como calcular o custo para que a escolha de ser discípulo seja consciente e não haja frustração no meio do caminho.
Uma construção requer cálculos de custos e materiais. Uma obra residencial pode levar meses. Nas grandes cidades do Brasil, não é muito difícil ver, em meio à paisagem urbana, construções inacabadas de altos prédios. Vários são os motivos de uma obra ser interrompida pela metade, mas nada depõe mais contra a imagem de uma construtora do que uma obra nesse estado. Está lá, exposta aos olhos dos que passam, a incapacidade de terminar o que começou. Quem de nós compraria um imóvel de uma empresa assim? Deixando de lado a má fé de alguns, um dos grandes motivos de não terminar uma construção é um mau planejamento. Os custos, se é que foram calculados, não foram confrontados com o capital reservado para o empreendimento. É essa a verdade apresentada nos vv. 28-30. O custo precisa ser calculado. Uma guerra requer cálculos de custos. Enquanto a primeira parte do texto trata de construção, a segunda traz a idéia de destruição pela guerra. O envolvimento em uma guerra traz custos irremediáveis. Vidas serão tiradas. No caso da parábola, Jesus diz que nenhum rei vai à guerra sem analisar as possibilidades de vitória. Ninguém entra para perder. O rei da parábola tem um exército menor (10.000 homens contra 20.000 do outro exército) e precisa analisar o potencial bélico de seus comandados, as estratégias que serão utilizadas, o campo onde a batalha acontecerá, para, então, decidir ir à guerra ou mandar uma comitiva de paz.
Um exército derrotado não implica somente uma imagem ruim para um rei, mas, talvez, sua própria vida. É isso que os vv. 31-32 tratam. Assim, antes de tomar a decisão, o custo deve ser calculado. A construção de uma vida apresenta altos custos. Uma vida ao lado de Jesus traz o custo do amor e da confiança nele, acima e apesar de qualquer coisa. Jesus olhou para a multidão, naquele dia, e perguntou: “Vocês estão calculando o preço de me seguir?” Em uma economia estabilizada, é possível calcular e programar toda uma obra, mesmo assim, imprevistos acontecerão e por mais paradoxo que pareça precisam estar previstos! Amar e confiar é estar preparado para o imprevisto, não no sentido de pronto e certo que ele acontecerá, mas pronto e certo de que, mesmo que o imprevisto aconteça, a obra da vida não vai parar. A construção do relacionamento com o Mestre não será abandonada como um prédio sem acabamento. O preço de amar e confiar continuará a ser mantido. Da mesma forma, a batalha da vida está diante de nós, todos os dias. Jesus calculou o custo da batalha: sua própria vida (Jo 3:16) e foi até o fim. A aparente derrota mostrou-se estratégia vitoriosa, pois ele ressurgiu e vivo está! Como soldados nessa batalha, precisamos estar cientes de que a vida está em jogo. A multidão, mais uma vez, é confrontada: Vocês estão calculando o preço? Estamos dispostos a dispor da própria vida, se necessário? Decisões terminais só são possíveis em situações terminais. É difícil medir o custo de entregar a própria vida quando estamos em situação confortável.
Jesus lança luz sobre o cálculo e, como dissemos anteriormente, até o imprevisto precisa ser calculado. Não se quer um mártir com prazer em morrer. Nem mesmo Jesus teve tal prazer, pois chorou amargamente no Getsêmani, antes de ser entregue aos seus acusadores. O foco não está no tamanho da construção ou em sua beleza; o destaque é o cálculo condizente com a obra, para que nada impeça que ela seja concluída. Jesus está dizendo: Que ninguém ria por causa de uma obra inacabada, que ninguém chore por uma guerra perdida; façam o cálculo para que tais coisas não aconteçam.
1. Não basta estar na multidão; é preciso seguir a Jesus - Ao olhar para a multidão Jesus procura os discípulos. Por sua vez, a multidão não procura o Mestre, aquele que ensina o caminho da vida, mas alguém que resolva seus problemas imediatos (Jo 2:23). Jesus quer transformar as pessoas em discípulas, mas as pessoas querem apenas fazer parte da multidão abençoada por ele. Essa é uma postura altamente perigosa, porque a vontade de Deus é tornar-nos parecidos com ele. Por isso é que a Escritura declara que Jesus olhou a multidão e não se confiava a eles, porque os conhecia a todos (Jo 2:24; cf. v. 25). Nos dias de hoje, há muita gente se aproximado de Jesus em busca do que vai ganhar com isso; a maioria tem se esquecido da parte mais importante, que é segui-lo, isto é, viver como Jesus viveu. Saia da multidão! Seja um seguidor de Cristo.
2. É preciso calcular o preço integral do discipulado - Ser discípulo de Cristo não é uma aventura; é uma missão que precisa ser bem avaliada. Jesus diz que é preciso assentar-se e calcular os custos: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lc 14:28; cf. vv. 29-31). A idéia de assentar-se é a de fazer um “cálculo” com calma, analisando todos os fatores envolvidos, inclusive os possíveis imprevistos (cf. II Co 11:23-28). Isso é calcular integralmente, para que consigamos ir até o fim da jornada cristã. Em outras palavras, não dá para começar e parar; é preciso ir até o fim, independentemente das circunstâncias, uma vez que “ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lc 9:62)
3. O preço é alto, mas é possível pagá-lo - Jesus pagou o alto preço, e todos devemos estar cientes disto: “... não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (I PE 1:18-19) Ao garantir a nossa vitória, pelo alto preço que pagou, Cristo tornou possível imitarmos a sua maneira de viver e sermos seus discípulos, praticarmos o amor e a entrega confiante a ele. Jamais conseguiríamos pagar o preço que ele pagou lá na cruz, mas, pela fé absoluta na sua pessoa, podemos andar como ele andou. Enfim, é possível arcarmos com o preço de sermos discípulos de Jesus, porque ele já o pagou por nós. Devemos, portanto, nos alegrar e nos considerar felizes, pois seguir a Cristo, além de já ser uma honra, tem uma recompensa, que é esta: Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. (Lc 6:22-23 – NTLH).
CONCLUSÃO:
Voltando à relação de oferta e procura, citada na introdução, é triste notar que a procura pelo discipulado sério, ao lado de Cristo tem caído muito e que alguns têm barateado o preço de ser discípulo. É uma pena. O preço não mudou: amor, fé e abnegação. O Versículo 33 continua lá: “... qualquer de vocês que não renunciar a tudo que possui, não pode ser meu discípulo.” Faça o cálculo e conclua que, quando chegar a hora do grande banquete, apesar de não poder pagar tamanho prazer, você será convidado por Cristo a assentar-se com ele à mesa, pois não será mais um na multidão, mas discípulo e amigo do Mestre Jesus. Calcule o que ele pagou para garantir a festa e você verá que vale a pena o preço de ser discípulo.
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Fonte: Autor Pastor Genésio Mendes Junior divulgado no PC@maral
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