Por Fabio Campos
Texto base: “Ouçam, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam?”. (Tg 2.5 NVI)
Para alguns a resposta é sim! Diante do pragmatismo cultural, onde “os meios justificam os fins”, o pobre é taxado àquele que está pagando por algum mal, feito no passado. Prosperidade virou selo de benção! Como o mundo jaz no maligno, isso é normal para eles. Minha preocupação é com a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando dizem ser a pobreza ou dificuldade sinais de derrota ou maldição. Tiago estava tendo problemas com a igreja de Jerusalém. Os ricos tinham seus “lugares cativos”, enquanto o pobre sentava no chão. Os ricos tinham o púlpito e eram anunciados com trombetas. Será que mudou alguma coisa?
Ser pobre não é pecado! O outro lado diz que ser pobre é estar garantido nos céus, por ter “purgado” seus pecados na terra. E o rico por ter desfrutado de bens materiais merece o inferno. Isso não é verdadeiro. Somos justificados, pobre ou rico, não pelas obras, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo. Atrelar benção a prosperidade é dizer que todo jogador de futebol, artista de TV, empresário, sem exceção, vai para o céu. A maioria dos cristãos é de origem pobre e humilde. Mas Deus escolhe as coisas que não são para confundir as que são! Por isso não me importo com algumas declarações dos ricos soberbos que dizem: “o pobre em sua miséria precisa mesmo de religião”. Pois é, Deus escolheu a estes!
Existem muitos ricos dentro da igreja! Mas quando convertidos, são humildes, e não colocam sua confiança no dinheiro. Por vezes, são mais humildes do que aqueles que não têm nem um terço dos seus bens. O Reino de Deus é um estilo de vida, dirigido pelo mesmo Espírito, onde já não há mulher nem homem, pobre ou rico, mas filhos de Deus. Todos são iguais, ninguém tem uma situação privilegiada diante de Deus. Pode ser que tenha diante dos homens, mas com Deus é diferente.
Estes programas ditos ‘evangélicos’ que passam de madrugada, que apresenta unicamente testemunho financeiro, de fato não se trata de cristianismo, é apenas um chamariz com o viés comercial. John Piper diz que “Jesus preocupou-se mais em advertir-nos sobre os perigos da prosperidade do que sobre os perigos da pobreza”. Fico pensando quando assisto estes testemunhos; logo veem a mente aqueles irmãos piedosos, passando por necessidades; e o fulano diz, “fui abençoado por Deus, minha empresa dobrou seu faturamento e viajei para Paris”. Aparece a família linda e sorridente.
Deus prospera e suas bênçãos nos traz alegria. Mas nossa abordagem diante de tal coisa frente a outros irmãos requer sabedoria, sabendo que muitos, talvez a maioria, estão em condições precárias no presente momento. Como fica a autoridade deste pai e marido, que está em dificuldade, diante dos seus filhos e de sua esposa, frente aos ‘triunfos’ avarentos ostensivos? Não é este o sistema maligno chamado “mundo” denunciado nas Escrituras (1 Jo. 2.15-17)? Será que o mundo não está invadindo a igreja? Este não é o Evangelho de Cristo! Isto é comercio oriundo do Diabo que adentrou as igrejas com “cara” de prosperidade, e nisto fica o alerta de Nosso Senhor Jesus Cristo: Então lhes disse: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc. 12.15 NVI).
Meu apelo a você, marido, que está em dificuldade, não se culpe por tal situação. Se você foi negligente em algo, se concerte, sua família merece o conforto. Mas rejeite todo tipo de acusação dizendo ser você um derrotado, ao contemplar algo nestes moldes. Honre seu marido esposa, pois antes de ele ser um milionário, é um homem de Deus, escolhido por Ele. Olha o alerta de Jesus! Não caia na condenação do Diabo!
Os pobres sempre estarão conosco (Dt 15.11). Eles confiam em Deus, e o Senhor olha sua causa (Sf 3.12; Sl 35.10). Portanto, não se amolde a este mundo podre, mas renove sua mente, sabendo que, “aquele que zomba do pobre, zomba do próprio Deus” (Pr 17.5), mas aquele que “trata o pobre com a mesma dignidade de como o rico é tratado”, terá sua recompensa direta do dono do ouro e da prata (Pr 19.17). Não se glorie o rico na sua riqueza, mas o que quiser se gloriar, glorie-se nisto, em conhecer a Deus, e saber que Ele é o Senhor (Jr 9.23-24). Este é o selo de aprovação do Senhor sobre a vida de um homem. As demais coisas, conforme as necessidades, serão acrescentadas.
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